25 de março de 2012

O Ministério da Saúde Adverte

   Antes de ingressar no serviço público, todo servidor passa por um exame psicotécnico e por uma avaliação médica.
   Dada a natureza do serviço burocrático, o psicotécnico não é algo de outro mundo. Não existem grandes riscos na repartição: grampeadores e folhas de papel sulfite dificilmente podem causar graves acidentes. Mesmo que um servidor perca completamente o controle, estando com um carimbo numa mão e uma xícara de café na outra, os riscos são suportáveis. Não conheço ninguém que tenha reprovado no exame psicotécnico do poder judiciário.
   O mesmo ocorre com a avaliação médica. Nenhum funcionário de cartório terá que correr 100m rasos em razão de suas funções burocráticas. O trabalho de secretaria é eminentemente sedentário... não é saudável, nem exige saúde.
   A pergunta mais capciosa que me fizeram nessa avaliação foi se eu ouvia vozes quando estava sozinho. Disse que não. Fui aprovado.
   Agora, o resultado dessa triagem pouco rigorosa, é que, nos corredores da repartição, cruzamos com pessoas excêntricas, às vezes extremamente extrovertidas ou demasiadamente introvertidas, alguns muito desconfiados, outros com mirabolantes teorias conspiratórias, mas todos dentro dos limites da normalidade.
   Esses exames fazem do judiciário uma experiência humana muito rica e, ao mesmo tempo, segura. Agradeçamos aos médicos e psicólogos da Justiça.