Hoje, uma colega de trabalho, Angélica, contou-me uma história curiosa.
Certa vez, seu filho, ainda pequeno, construiu uma gangorra muito rudimentar com a ajuda de uma tábua e um tijolo. Este, fixo no chão, era o ponto de equilíbrio da prancha.
O menino, então, assentou uma grande pedra numa das extremidades da madeira, deixando a outra vazia, inclinada para o alto.
Preparada a engenhoca, deu um pulo sobre a ponta deserta e saiu correndo em linha reta, sem olhar para trás, prevendo que a pedra subiria e cairia num raio próximo à gangorra.
Ocorre que a pedra desenhou no ar um arco amplo, indo atingir em cheio o topo da cabeça do menino que corria para longe.
Ri às pampas com a história inusitada do filho da Angélica. Quantas vezes não somos atingidos pelas pedras que nós mesmos jogamos para o alto com nossas gangorras rudimentares? Essas rochas simplesmente parecem nos perseguir.