6 de março de 2012

Pasteurização Burocrática

   Há alguns anos atrás o serviço público não era uma carreira tão atrativa quanto o é hoje.
   Ouvindo os servidores mais antigos, percebo que as razões que os trouxeram para as salas da repartição foram as mais diversas possíveis: conselhos de parentes, insatisfação com o emprego em que estavam, acaso, etc.
   O curioso disso é que esses fatores econômicos e sociais fizeram com que o judiciário se tornasse uma instituição com servidores das mais variadas origens, com diferentes formações e pensamentos heterogêneos.
   A vida na repartição, por isso e apesar da constância burocrática, é uma experiência muito rica.
   Todavia, o serviço público é agora objeto de desejo. O ingresso na carreira é feito através de concorridos concursos públicos. As pessoas são movidas por um objetivo comum... a remuneração.
   Essa nova situação tem muitas vantagens, mas há uma certa homogenização do tipo de pessoas que estão ingressando na repartição. A riqueza cultural na burocracia está se perdendo aos poucos. Ocorre que a impessoalidade burocrática não tem apego às particularidades de cada um.
   O que se perde é apenas humano.